Em razão do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, dia 10 de setembro e da campanha de conscientização brasileira associada ao setembro amarelo, consideramos útil fornecer algumas informações sobre o assunto.
Por se tratar de um fenômeno complexo, não desenvolveremos aqui os diversos elementos que permitem compreendê-lo. Apenas lembraremos de algumas questões que podem afetar a todos, independentemente da categoria social, e que tem como pano de fundo um sofrimento muito grande, um sentimento de desamparo e uma incapacidade de se projetar no futuro.
Observa-se também que, muitas vezes, esse fenômeno pode não ser reduzido a um problema psicológico, ou seja, a uma questão individual. A OMS também considera que os distúrbios psicológicos têm origem biopsicossocial. Doenças e violência estão por toda parte. Por exemplo, citemos o assédio, as novas organizações de trabalho (perda de sentido, cultura de resultados, perda de solidariedade devido a competição individual, pressão constante por avaliações, etc.), a corrida pelo desempenho , a busca por cada vez mais por uma maior produtividade. , a perda dos vínculos provocados pela lógica neoliberal, a culpa pela responsabilidade individual por tudo o que nos acontece (sob o pretexto de crenças como o mérito e no indivíduo que se autoproduziria), violência e pressão contra as pessoas ” que fogem do padrão social “, a exemplo, os LGBTQI +, os rotulados de malucos, os que querem viver diferente, pressões normativas (sucesso, beleza, …), rejeição da fragilidade, precariedade,” tudo é possível ”, entre outros. Quando você vê o mundo e a vida como se fosse feita de vencedores (em francês, algumas pessoas usam a expressão ‘premiers de cordée’) e do outro lado perdedores, as coisas não vão bem …
Devemos também mencionar o clima causador de ansiedade causado pela pandemia covid-19, a crise econômica global, a crise climática, a atmosfera que oprime no Brasil. Quando o futuro é percebido como ameaçador e incerto, fica difícil manter a calma. Resumindo, nosso tempo não é fácil, vamos tentar amenizá-lo um pouco agindo no agora: o futuro se joga no presente.
Se você sempre quis saber mais sobre as peculiaridades de nosso tempo que contribuem para o desconforto, entre em contato (sante@traits-dunion.com.br) e, dependendo da demanda, veremos se podemos organizar algo sobre o assunto.
O que detectar para identificar um risco e redobrar sua atenção:
– História pessoal e familiar de tendências suicidas
– Tentativas de suicídio anteriores
– Transtornos mentais: depressão, bipolaridade, esquizofrenia e outros. Cuidado com as pessoas que estão doentes e que estão iniciando o tratamento com antidepressivos. No início do tratamento (3-4 semanas), eles tendem a desinibir e, portanto, ajudam no ato.
– Fatores estressantes externos e recentes: separação, luto, desemprego, assédio, estupro
– Sentimentos persistentes de desesperança ou desamparo
– Situações de desastres naturais ou acidentais
O que fazer em uma situação difícil:
Como o consulado não oferece suporte em caso de emergência psiquiátrica, você terá que recorrer aos serviços brasileiros. Claro, se você for pego de surpresa, pode entrar em contato conosco (sante@traits-dunion.com.br) e o orientaremos.
Você pode iniciar um diálogo sozinho, mas não de qualquer maneira! Por exemplo, é importante não invalidar o sofrimento e os sentimentos da pessoa que sofre dizendo algo como “Mas enfim, você tem tudo para ser feliz”. Você encontrará algumas dicas aqui (em português).
Em caso de dúvida, chame os serviços competentes:
- Ligue para o CVV (Centro de Valorização da Vida; às vezes também chamado de Como Vai Você) no 188 gratuitamente, 7 dias por semana e 24 horas por dia de um telefone fixo ou celular. Ou visite www.cvv.org.br
- Você também pode encontrar profissionais de saúde mental no Instituto Vita Alere: https://mapasaudemental.com.br
- O SUS também tem condições de atender pessoas com pensamentos suicidas. Os pontos de entrada são a Clínica da família e os Postos de Saúde, além do CAPS (Centro de atenção psicossocial). Você encontrará explicações sobre a estrutura do sistema público de saúde em nosso artigo dedicado, aqui (apenas em francês).
- Alguns psicólogos francófonos estão listados na nossa planilha, aqui.
- Para pessoas com poucos recursos financeiros, existem clínicas sociais, como a do Nucafe, onde você pode se inscrever aqui (atenção, o prazo pode ser longo)
Em caso de emergência psiquiátrica no Rio, você pode ir ao Instituto Philippe Pinel: https://www.ipub.ufrj.br/internacao/
Em caso de emergência vital: Ligue para o SAMU em 192 ou os bombeiros em 193
Para informações sobre o “Setembro Amarelo”, visite a página dedicada da Fiocruz: https://portal.fiocruz.br/suicidio
Traduzido por Antony Diogo Moraes de Araujo
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